Estamos ligados factorialmente...

Publicada por Eu, tu e a Biologia On 09:52

Recorrendo à teoria cromossómica da hereditariedade do cientista Walter Sutton e a estudos executados posteriormente por Morgan, surgiu na genética o conceito de que cada cromossoma de um ser humano é composto por uma sequência de genes que codificam várias características. Esta ideologia comprova-se pelo facto do número de cromossomas que constitui o cariótipo humano ser bastante reduzido em comparação ao número de características que cada indivíduo possui.
Os genes que se dispõem linearmente ao longo do mesmo cromossoma dizem-se genes ligados factorialmente ou em linkage e constituem um grupo de ligação factorial. Dos conhecimentos que possuímos face a processos como a meiose, é previsível que determinemos que os genes que se localizam ao longo do mesmo cromossoma sejam transmitidos em conjunto aos descendentes. Esta previsão foi amplamente confirmada em experiências executadas por Morgan, utilizando uma vez mais indivíduos de uma espécie já nossa conhecida, a Drosophila Melanogaster. E , nestas experiências, este efectuou cruzamentos entre moscas que diferiam em duas características dependentes de genes localizados no mesmo cromossoma, como é o caso da cor do seu corpo e tamanho de asas.




Morgan concluiu que os genes que condicionam a cor do corpo da mosca e o tamanho das suas asas na sua forma “não selvagem”, corpo negro e asas vestigiais, estavam situados no mesmo cromossoma, embora em loci diferentes, sendo por isso transmitidos em conjunto, como se pode confirmar nos resultados do Cruzamento-teste. Deste modo, ele obteve a informação de que os genes ligados factorialmente se transmitem à descendência em conjunto, não ocorrendo a segregação independente postulada por Mendel. Este facto veio a revolucionar e a pôr em questão muitas das conclusões genéticas do monge pioneiro.


Mas, nem sempre os genes ligados factorialmente se comportam como uma unidade indissociável. Na maioria das vezes podem ocorrer separações e surgir nos gâmetas como se estivessem em cromossomas separados devido a fenómenos como o crossing-over ocorrido durante a meiose. Contudo, como os gâmetas que transportam os genes resultantes deste tipo de fenómenos são menos frequentes que aqueles que transportam o conjunto dos dois genes presentes no progenitor, a probabilidade da situação referida ocorrer é bastante reduzida.

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