Contracepção

Publicada por Eu, tu e a Biologia On 14:18
O nascimento de um filho deve ser um acto ponderado e desejado. Ter um filho compromete a responsabilidade de lhe facultar um ambiente com condições propícias a um desenvolvimento físico e psíquico saudável. Compete a cada casal definir o número de filhos que deseja e o intervalo de tempo entre cada um deles, tendo em consideração a situação do casal, da família e da própria sociedade.

A contracepção é o conjunto dos métodos utilizados para evitar a procriação. Actualmente, existem vários métodos contraceptivos capazes de proporcionar a um dado casal planear o nascimento dos seus filhos. Uma informação cuidada relativamente a esses métodos, com conhecimento das vantagens e desvantagens de cada um deles, é essencial para a escolha do casal face à situação em causa.



Nos dias actuais, existe uma enorme variedade de métodos contraceptivos que impedem de uma forma mais ou menos fiável uma gravidez não desejada, sem, no entendo serem reversíveis.



Segundo a OMS, um método contraceptivo deve ser eficaz, reversível e inofensivo. Mas, uma utilização em grande escala dos métodos contraceptivos de eficácia fiável tem vindo a provocar problemas não só na saúde da mulher mas também no crescimento negativo das populações.



Métodos contraceptivos Naturais


A contracepção pode ser efectuada através da abstinência sexual durante os períodos férteis da mulher, quando esta apresenta ciclos sexuais regulares.
A mulher, pode também, recorrer a diversos processos para determinar o período fecundo. A observação das mudanças no muco cervical e a avaliação diária da temperatura são métodos a considerar.

Observação do Muco Cervical – Ao observar mensalmente o muco cervical, a mulher pode concluir que se dá uma alteração das características do mesmo. Desta forma, durante o período fecundo o muco apresentará um aspecto característico transparente e tornar-se-à mais fluído. É, portanto, esta fase o período mais propicio para a mulher engravidar.


Avaliação Diária da Temperatura – Com a utilização deste método. A mulher efectua um controlo diário à sua temperatura. Essa variação de temperatura que se observam ao longo do ciclo sexual é possível determinar mais ou menos com exactidão o dia da ovulação.
A data da ovulação corresponde ao último dia que precede a subida da temperatura e, para ser comparada ao longo dos dias, a temperatura rectal deve ser avaliada nas mesmas condições, com o mesmo termómetro, de manhã ao acordar, antes de qualquer actividade.
Por norma, os métodos naturais não apresentam efeitos secundários mas, a sua eficácia é reduzida e depende bastante do rigor com que é determinada a data da ovulação.


Métodos contraceptivos Não Naturais – Mecânicos e Químicos

Com os conhecimentos e avanço da Ciência, foram criados métodos que de certa forma vieram a revolucionar o controlo de nascimentos a nível mundial. Os diversos métodos contraceptivos não naturais têm modos de acção e fiabilidade diferentes. Actualmente, a única contracepção praticada pelo homem e grande escala é o preservativo, o qual protegem também, de doenças sexualmente transmissíveis. Porém, o método mais utilizado no controlo dos nascimentos é a contracepção hormonal executada pela mulher. A contracepção hormonal é assim, um dos métodos reversíveis mais eficazes, se aconselhada e administrada de forma correcta por um especialista à mulher em causa.
As pílulas contraceptivas diferem na composição e na dosagem dos derivados hormonais que as constituem. Podemos classificar as pílulas em três tipos distintos: pílula combinada, pílula microprogestativa e minipilula.
As pílulas combinadas contêm uma associação de estrogénios e de progesterona de síntese. Estas são tomadas diariamente, durante cerca de 21 dias consecutivos, a partir do primeiro dia da menstruação, interrompendo-se a toma durante os restantes dias do ciclo, de modo a ocorrer a menstruação. Este é o tipo de pílula com maior eficácia.
As pílulas microprogestativas não possuem na sua constituição estrogénios e são tomadas diariamente pela mulher sem qualquer tipo de interrupção.
As minipílulas contêm apenas na sua constituição derivados sintéticos de progesterona, não bloqueando a processo de ovulação no organismo. Este tipo de pílula é menos eficaz e mantém ao longo do ciclo as características do muco cervical típicas da fase luteínica, ou seja, com uma maior impermeabilização do colo uterino aos espermatozóides.
Quando não existe uma utilização regular ou adequada dos métodos contraceptivos, uma relação sexual não protegida pode determinar uma gravidez não desejada por parte do casal. Para estas situações, existe uma pílula de emergência, também chamada pílula do dia seguinte. Na sua composição existe um derivado de progesterona ou de estrogénios e progesterona. Esta substância, deve ser tomada num período de 72 horas após a relação sexual. Conformo o momento em que é utilizada, esta pode impedir a ovulação, a fecundação ou a nidação do embrião. Contudo, a utilização deste método contraceptivo de emergência implica graves efeitos secundários devido à elevadíssima concentração hormonal.


Que mecanismos são desencadeados no organismo da mulher com a toma da pílula?

Durante a utilização das pílulas combinadas, estroprogestativas, verifica-se, pela acção dos derivados das hormonas sexuais, uma retroacção negativa sobre o complexo hipotálamo-hipófise. Este mecanismo inibe a libertação das hormonas FSH e LH.
Nos ovários, com a ausência do estímulo das gonadoestimulinas, os folículos ováricos não experimentam maturação, não ocorrendo consequentemente nem a ovulação nem a formação do corpo amarelo.
No útero, sob a acção dos derivados das hormonas, existe um diminuto desenvolvimento do endométrio e ocorre na mulher a menstruação. Contudo, o endométrio não adquire espessura suficiente para se encontrar apto para a nidação. Também no colo do útero, o muco cervical sofre alteração pela acção destas substâncias. Este, torna-se mais espesso e dificulta a passagem dos espermatozóides.


Nas últimas décadas, à contracepção regulada por hormonas através da utilização da pílula vieram juntar-se outras novas técnicas com um semelhante grau de eficácia. Podem-se destacar o adesivo transdérmico, o anel vaginal e o implante subcutâneo.
O Adesivo transdérmico actua como uma pílula combinada, na qual as suas hormonas são absorvidas através da pele. Aplica-se, em regra, semanalmente e durante três semanas consecutivas equivalendo a quarta semana a um período de repouso e não aplicação.
O Anel vaginal consiste num anel flexível com uma baixa dosagem hormonal e eficácia equitativa à de outros processos hormonais. É introduzido no organismo pela própria mulher unicamente uma vez em cada ciclo. Actua por cerca de três semanas e deve ser retirado na quarta semana.
O Implante subcutâneo possui uma forma de bastonete, sendo implantado por um especialista, sob a pele do antebraço, com o recurso a anestesia local. Os seus efeitos perduram até cerca de três anos consecutivos.

Constituindo os contraceptivos químicos um método de elevada eficácia, não estão no entanto, isentos de efeitos secundários e negativos à mulher. As vantagens destes processos hormonais são fundamentalmente: possuir uma elevada tolerância para a maioria das mulheres; Impedir a ovulação ou a fecundação e permitir à mulher vir a usufruir de ciclos menstruais mais regulares e sem dores. Os aspectos negativos do uso destes métodos contraceptivos hormonais, baseiam-se no facto da utilização destes implicar também para o organismo da mulher: problemas de hipertensão; problemas de diabetes e anomalias e insuficiências de circulação sanguínea. Todos estes riscos podem ser ainda mais agravados por interacção com outros factores, como o tabaco, o álcool e outro tipo de drogas.


Na tabela seguinte, passa-se a apresentar a grande variedade de processos que permitem o controlo de nascimentos e as suas respectivas vantagens ou riscos e limitações.

Etiquetas

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